top of page

ATÉ O ÚLTIMO HOMEM: Paulo & Missão

  • Luiz Mello
  • 7 de jun. de 2017
  • 5 min de leitura

Até o Último Homem é uma das grandes surpresas da temporada do Oscar, para o qual conquistou seis indicações – filme, direção, edição, mixagem de som, edição de som e ator, com Andrew Garfield. Além do mais, marca o retorno de Mel Gibson ao Oscar após duas décadas, depois de levá-lo por Coração Valente.


O filme é baseado na história real de Desmond T. Doss, jovem adventista que se recusava a matar, por motivos pessoais e religiosos, mas mesmo assim se alistou no Exército durante a Segunda Guerra Mundial porque acreditava ser a coisa certa a fazer. Convencido a se alistar, travou uma batalha pessoal com o Exército dos EUA porque queria servir como médico, porém se recusava a pegar em armas. O conflito gerou um grande desgaste para Doss. O soldado se torna alvo de ridicularização por se recusar a pegar em armas e pelas suas crenças. Além de tudo, um dos comandantes tenta dispensá-lo por razões psiquiátricas, ele chega a enfrentar a corte marcial por causa de suas convicções. Depois disso, é liberado de suas acusações e vai para o clímax do filme, a Batalha de Okinawa. Diante da maior guerra da história, o soldado se encontra desarmado e indefeso. Sendo que, Doss não é o tipico herói de guerra. Ele não se encaixa no padrão de masculinidade celebrado por muitos; narcisista, cruel, indiferente e dominador. Desmond é modelo de outro tipo de masculinidade: de autossacrifício, modéstia e generosidade. E, mesmo não representando o perfil de um herói, ele se torna o herói a ser celebrado.


Na sangrenta Batalha de Okinawa, Desmond não abandona nem por um momento a sua missão; salvar pessoas. Esta batalha foi a mais sangrenta do conflito no Pacífico, matando mais de 80.000 soldados. O batalhão de Desmond precisava escalar um paredão de pedra, com a ajuda de escadas de corda, como é mostrado no longa. Desarmado, ele corria para ajudar os feridos, sem nenhuma identificação, porque os médicos eram alvo dos japoneses, mas mesmo assim não exitava em cumprir seu papel.


Cercados pelos japoneses, os americanos precisam bater em retirada. Desmond Doss fica para trás, resgatando feridos, por um período entre 10 e 12 horas. “Deus, me ajude a ajudar só mais um”, ele repete, como relatou mais tarde. Sob a mira de atiradores do exército inimigo, ele arrasta cada ferido para a beira do penhasco e depois os baixa um a um, com auxílio de uma corda, como aconteceu de verdade.


Os relatos de quantos homens ele salvou variam. Desmond achava que foram 50 e seus companheiros, mais de 100. Então, eles concordaram com o número de 75, incluindo os japoneses inimigos. O que filme o não mostra – O roteirista decidiu cortar um trecho da realidade, pois achou inverossímil demais. Após Doss ficar ferido, quando estava sendo carregado de maca, Desmond viu outro soldado ferido, saiu da sua maca e insistiu para que os médicos carregassem o outro soldado primeiro, em seu lugar.


Desmond T. Doss é o primeiro soldado objetor (alguém que reivindica o direito de recusar o serviço militar) de consciência na história dos EUA a receber a Medalha de Honra do Congresso. O Presidente Truman concedeu-lhe a Medalha de Honra por salvar tantas vidas.


A missão de Paulo

Conhecido como apóstolos dos Gentios, Paulo é o maior vulto da Igreja primitiva. Ele era cidadão romano por ter nascido em Tarso, porém israelita da tribo de Benjamin e fariseu, educado em Jerusalém aos pés de Gamaliel. A sua história começa a se entrelaçar com o cristianismo, quando ele se torna um árduo perseguidor dos cristãos, sendo que, logo depois, Jesus se revela a ele, e passa ser um pregador do evangelho e perseguido pela causa de Cristo.

De Damasco, Paulo foi à Arábia (Gl 1.17). Quando ele volta para Damasco, teve de fugir (At 9.23-25), pois muios não se conformavam com as palavras de Paulo. Em Jerusalém, os cristãos tinham receio dele (At 9.26-28), mas Barnabé o levou aos apóstolos.

O começo da nova vida de Paulo é definida por desconfiança e perseguição. No entanto, mesmo em meio a tanta perseguição e desventuras, Paulo realiza a missão de Cristo, em salvar o perdido. Paulo considera a sua vida como um nada, comparado a obra de Cristo. Com vários companheiros Paulo realizou três viagens missionárias (At 13—20). Em Jerusalém enfrentou a fúria dos opositores, indo parar em Cesaréia (At 21.17-23.35), onde compareceu perante Félix, Festo e Herodes Agripa II (At 24—26). Tendo apelado para o Imperador, viajou para Roma, onde permaneceu preso durante 2 anos (At 27—28) e executado em Roma, provavelmente em 67 d.C., no tempo de NERO. Depois de Jesus, Paulo deve ser a pessoa mais influente na história da fé cristã. A conversão de um inimigo dos cristãos para um advogado incansável do evangelho, se classifica entre uma das histórias mais dramáticas das escrituras. Seus anos de ministério o levaram a inúmeras cidades na Ásia Menor e na Europa, cumprindo a missão de Jesus. Paulo definitivamente cumpriu a missão a ele creditada.

Paulo & Desmond

Dois personagens históricos que viveram em tempos diferentes, culturas distintas e histórias peculiares, mas existe algo que os une: O desejo em realizar a missão confiada a eles. Os dois estavam dispostos a morrer pelo o que acreditavam. Desmond foi incansável, ousado e valente. Paulo foi estratégico, perseverante e eficiente. Eles defenderam suas crenças com unhas e dentes. Foco, é a palavra que guia os passos destes homens. Missão, é o que os define.

Duas frases ditas por esses homens nos fazem refletir:

Após estar cercado pelos japoneses, Desmond Doss fica para trás, resgatando feridos, por um período entre 10 e 12 horas.Então ele ora, repetidamente ao Senhor: “Deus, me ajude a ajudar só mais um”.

Paulo também afirma, ao ser confrontado sobre a sua missão e a sua posição como apóstolo:

Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! [...] Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele. 1 Coríntios 9:16-23

O que isso nos ensina?

Nós devemos ter a mesma mentalidade destes homens quanto a missão estabelecida por Jesus. Como discípulo de Jesus, somos chamados a levar pessoas a se renderem a Cristo. Somos comissionados para uma missão singular, a mesma missão de Paulo, apresentar Jesus aqueles que sofrem, estão perdidos e precisam de redenção. Está e a missão estabelecida por Jesus, guiada pelo Espírito Santo de fazer discípulos em todos os lugares e momentos.

Nós precisamos aprender a orar: Deus, me ajude a ajudar só mais um”.




 
 
 

Comments


RECENTES

bottom of page